Olá, companheiro NELSÃO

Hoje o que mais pesa para os colaboradores da Volkswagen é a alta carga de trabalho acima dos limites estabelecidos pela engenharia do processo, a pressão constante vinda da chefia, gerentes e gestores, e um padrão salarial que só acompanha a correção do INPC anualmente.

Não sabemos quando foi a última vez que houve aumento real na planta de Curitiba. O PPR tem sido apenas um ajuste pelo INPC; o famoso vale-mercado só foi conquistado após que os funcionários renunciaram a aumentos salariais em determinado ano — portanto não pode ser considerado um benefício real.

 
 

📢 CARTA DE REIVINDICAÇÃO DOS TRABALHADORES – VW SÃO JOSÉ DOS PINHAIS – 2025

ATENÇÃO

Companheiros(as),

Nos últimos anos mostramos firmeza, responsabilidade e união em momentos difíceis. Fizemos sacrifícios para garantir empregos e a saúde financeira da empresa. Agora, com a produção em alta, chegou a hora de valorizarem quem faz essa fábrica rodar todos os dias: nós, os trabalhadores.

📉 1. Histórico de Concessões

De 2014 para cá, enfrentamos:

  • Congelamento salarial e perda de ganhos reais;
  • PPR estagnada ou abaixo das expectativas;
  • Ampliação do banco de horas;
  • Layoffs, PPE e PDVs que sacrificaram direitos para preservar empregos;
  • Nenhum ganho real no salário por anos, com aumentos abaixo da inflação.

Mesmo em meio à pandemia e à crise de semicondutores, mantivemos a produção e fomos essenciais para a retomada da Volkswagen.

🛠️ 2. Carga de Trabalho Atual

Trabalhamos de segunda a sexta, com 1 sábado por mês de banco de horas — além de mais 1 sábado por mês de hora extra, o que chega a uma média de 6 dias de trabalho por semana. O banco de horas subiu para mais de 200 horas no último acordo. A exigência por produtividade é alta e não há contrapartida justa.

🚗 3. Produção com Veículos de Alto Valor

Antes: modelos como o Fox, de baixo valor. Hoje: produzimos T-Cross e Virtus — carros cujo valor é cerca de 3x maior. A responsabilidade técnica e a exigência aumentaram. E os ganhos?

A produção prevista para 2025 é de 540.000 veículos. Isso supera em 10.000 o gatilho definido no último acordo (530.000).

💰 4. PPR 2025: Valor Oferecido É Inaceitável

A empresa propôs R$ 20.300,00 para 2025. Esse valor não reflete um aumento real da PPR, pois é válido apenas para este ano — foi acrescentado um percentual pelos 10.000 carros produzidos a mais, sem garantir continuidade do valor nos anos seguintes. Mesmo com produção recorde e sábados trabalhados, o aumento em relação a 2024 (R$ 18.472,00) é de apenas R$ 1.828,00.

❌ Esse valor é ofensivo e insuficiente — não seria aceitável nem que a produção estivesse abaixo do gatilho.

🔁 7. Equiparação Salarial: o que nos enfurece

Outra bandeira que precisamos levantar é a equiparação do salário com os companheiros de São Paulo. Pensa só: uma empresa do porte da VW hoje paga um dos menores percentuais por carro produzido no Brasil. Com o reajuste pelo INPC deste ano, o salário dos funcionários de São Paulo passa de R$ 7.000,00 — uma realidade que os trabalhadores da planta de Curitiba não têm.

Essa desigualdade inflama a base: a galera fica indignada ao comparar condições, benefícios e ganho real por produção. Inclua essa fala no discurso — essa revolta coletiva pode ser o combustível que nos dá a vitória.

🔢 8. Como a empresa quer pagar a PPR: o cálculo por carro

A proposta da empresa para o pagamento da PPR considera todas as plantas da VW no Brasil e apresenta um cálculo por carro produzido de R$ 0,038 por veículo. Se essa for a fórmula aprovada para o ano que vem, é mais uma demonstração do quanto a distribuição do lucro ignora quem produz.

Para este ano, está em mesa apenas os R$ 20.300,00 condicionados à aprovação e ratificação do acordo. E atenção: caso a proposta seja ratificada, até 2028 não há previsão de aumento salarial, nem aumento no vale-mercado — apenas correção pelo INPC, como tem ocorrido desde 2014.

📈 5. Nossa Luta é por Valorização Real

Reivindicamos:

  • PPR 2025 mínima de R$ 30.000, considerando:
    • o aumento de volume;
    • a defasagem acumulada dos anos anteriores;
    • a elevação do valor dos veículos produzidos;
    • a dedicação demonstrada por toda a equipe.
  • PPR para os próximos anos com aumento real acima do INPC e:
    • fórmula proporcional justa por produção excedente;
    • manutenção do gatilho em 530.000, mas com cálculo transparente.
  • Equiparação salarial com São Paulo — fim das disparidades entre plantas;
  • Vale-mercado de R$ 1.000 a R$ 1.500, com reajuste anual acima do INPC e percentual fixo para garantir ganho efetivo no benefício.

✊🏽 6. Chega de perder. É hora de avançar.

Não aceitamos mais PPR achatada, salários congelados e aumento de produtividade sem valorização. A empresa voltou a lucrar, está vendendo mais e os veículos fabricados aqui são de topo de linha. Nossa mão de obra precisa ser reconhecida à altura.

Se a fábrica cresce, o trabalhador tem que crescer junto.

Vamos juntos pela valorização real do nosso trabalho — e não esqueçam: a pauta da equiparação com São Paulo e a denúncia do cálculo por carro (R$ 0,038) são chaves para envolver e mobilizar a categoria.

Bom companheiro NELSÃO, agradeço a oportunidade. Procurei incluir os pontos que você mencionou — especialmente a equiparação salarial com São Paulo e o cálculo por carro para a PPR — porque são pautas que inflamam e podem decidir essa disputa. Se quiser que eu ajuste o tom, acrescente dados ou coloque citações diretas de trabalhadores, já deixo pronto.

Estamos na luta!

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