Assembleia decisiva na VW de SJP
Assembleia decisiva na Volks de São José dos Pinhais: trabalhadores terão a palavra sobre o futuro do acordo coletivo
📍 São José dos Pinhais (PR) – Setembro chega trazendo mais do que a mudança de estação para os metalúrgicos da Volkswagen. Neste mês, a pauta é quente e decisiva: a assembleia marcada para a próxima quinta-feira, 4 de setembro, vai colocar nas mãos dos trabalhadores e trabalhadoras o poder de decidir os rumos do acordo coletivo firmado entre a fábrica e o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC).
O presidente do SMC, Sérgio Butka, gravou uma mensagem direta e contundente aos metalúrgicos, chamando para a mobilização e lembrando que “é você, trabalhador da Volks, que vai dizer isso em assembleia aberta, legalizada pelo Estatuto do Sindicato”.
O coração do debate: manter ou rever o acordo
O ponto central da assembleia é a validade do acordo coletivo assinado há dois anos. A empresa defende que o compromisso vale por cinco anos, restando ainda três a cumprir. O sindicato, porém, lembra que a legislação brasileira só permite acordos de até dois anos, o que exige uma ratificação periódica.
“Independente do que a empresa pensa ou vai defender judicialmente, nós vamos respeitar a decisão do Ministério Público e cumprir as normas legais da legislação brasileira. Vamos ter sim um acordo de dois em dois anos registrado”, reforçou Butka.
Na prática, os trabalhadores terão duas opções: confirmar a manutenção do acordo pelos próximos três anos ou exigir a abertura de novas negociações.
O peso da escolha
A decisão não é simples. O acordo firmado anteriormente garantiu estabilidade em condições de trabalho, mas também estava atrelado a promessas de novos veículos, empregos e mecanismos de flexibilidade — como banco de horas e Programas de Redução de Jornada.
“Você tem todo o direito de dizer não, agora nos próximos anos queremos discutir. Ou pode dizer sim, vamos manter esse acordo por mais três anos. Mas é você, trabalhador, que tem que dizer”, destacou o presidente do sindicato.
O palco da democracia operária
A assembleia será realizada na troca de turnos, com votação aberta, presencial e também online pelo sistema Vox-MSC — um instrumento reconhecido pelo Ministério Público do Trabalho.
Na fala de Butka, fica evidente o tom de convocação: a de que o momento exige a presença ativa da categoria. “O sindicato tem que estar lá para fazer acender e, junto com você, decidir qual é o melhor caminho para todos os trabalhadores da Volks”, afirmou.
Mais do que um acordo, um futuro
Entre a pressão da empresa, os limites da lei e a força da organização coletiva, a assembleia desta quinta não decide apenas um contrato. Ela simboliza a disputa por voz e dignidade em um setor que carrega a história da industrialização paranaense.
Na quinta-feira, quando a sirene anunciar a troca de turno, não será apenas o barulho da fábrica que ecoará em São José dos Pinhais. Será a voz dos metalúrgicos, reafirmando que o futuro do trabalho se constrói com participação e coragem.

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